GABRIEL: Pode chegar! Tá começando o "Conversa Boa". Aqui, você já sabe, tem muito papo bacana, prestação de serviço e entretenimento de sobra. Hoje, eu recebo aqui dois autores da casa, conhecidos por serem donos de obras que mudaram o mundo virtual: Elias Ramos e Lúcio Miranda! Sejam bem-vindos meninos, é um prazer recebê-los aqui.

 

ELIAS: Eai galera, o prazer é meu de estar aqui, e confesso que já estava esperando o convite chegar 🫣 sksksk estou adorando o programa.

 

LÚCIO: Olá a todos! Muito obrigado, Gabriel. É uma enorme honra.

 

GABRIEL: Bom, para começar, eu queria que vocês se apresentassem para quem está nos acompanhando.

 

ELIAS: Então galera, eu me chamo Elias, 20 anos. E minha vida atualmente se resume em trabalhar e estudar. Me formei Técnico de Informática pelo Instituto Federal aqui de Santa Catarina, atualmente estou na metade do bacharelado em Ciências Contábeis e agora em Julho de 2023 me tornei servidor público concursado graças a Deus akkakaka.

 

GABRIEL: Eita, ele é concursado!!! Um sonho para muita gente.

 

LÚCIO: Olá, meu nome é Thiago... Sim, exatamente isso, Lúcio Miranda não é o meu nome verdadeiro rsrs. Bom, tenho 19 anos, moro em Limeira — São Paulo, e trabalho num petshop. Atualmente tento conciliar trabalho e a minha vida pessoal com os estudos para a faculdade de Serviço Social que pretendo prestar, e minha obra literária em desenvolvimento.

 

ELIAS: 🤯 tá na hora de sair a matéria, "as duas faces de Lúcio Miranda"

 

GABRIEL: KKKKKKKKKKKKKKKKKK

 

LÚCIO: Kkkkkkkkkkk essa matéria a gente coloca dentro da gaveta.

 

GABRIEL: Eu iria fazer essa pergunta depois, mas irei aproveitar o momento. Thiago, eu descobri HOJE que seu nome não era Lúcio, fiquei passado. De onde surgiu a ideia desse nome artístico?

 

LÚCIO: Então... Gabriel, eu nem sei como dizer isso, mas eu também não faço a menor ideia. Na época quando eu conheci o GS eu era muito novo e não queria me expor muito, por isso pensei em um pseudônimo para poder escrever, e acabei escolhendo o primeiro nome que passou na cabeça. O Lúcio nem sei da onde veio, e Miranda saiu de Carmen Miranda.

 

GABRIEL: Carmen Miranda? Interessante! E você, Elias, não vai me dizer que também tem outra face?!

 

ELIAS: Tenho Iskaksk. Mentira eu sou bem sem graça.

 

LÚCIO: Ah tá, já ia pensar que tu tava mentindo pra mim.

 

GABRIEL: Eu percebi que vocês dois são bem entrosados entre si, vocês são amigo? Essa amizade se construiu aqui no GS mesmo?

 

ELIAS: Então. Sabe aquela amizade que começa com um EU NÃO FUI COM A CARA DELE?

 

LÚCIO: Sim, bem assim kkkk

 

ELIAS: Eu quando entrei no GS estava tipo o Bob Esponja jogando flores e o Thiago era o Lula Molusco akakakak

 

LÚCIO: Melhor exemplo não existe kkkkkkkkkkkk

 

ELIAS: Mas cara eu não sei como explicar, mas conforme a gente foi conversando a amizade surgiu. Thiago hoje é um irmão pra mim, meu melhor amigo do mundo web e uma das pouquíssimas pessoas que tenho confiança pra falar sobre tudo e todos sem filtros e defesas.

 

LÚCIO: Tenho isso comigo também. Hoje o Elias eu tenho como meu melhor amigo, e também um alicerce nas horas que eu mais necessito. É aquele famoso exemplo de amizade que começa com ambos não se dando muito bem e depois muda pra: ambos não ficam um dia sem se falar.

 

ELIAS: Ps aproveita o momento fofo Thiago, porque agora estamos na fase que não manda nem "bom dia" mais kmkk só saímos falando e a conversa flui até demais.

 

GABRIEL: Que coisa linda! Amizade boa é assim. Acho bonito ver amizades que se constroem e se solidificam nessa esfera virtual. A internet proporciona que a gente conheça pessoas incríveis, que nós provavelmente nunca conheceríamos sem ela. Vocês já tiveram a oportunidade de se conhecer pessoalmente?

 

LÚCIO: Infelizmente não. A distância também não ajuda muito. Elias mora em Santa Catarina e eu em São Paulo, acaba que uma viagem pra ambos se conhecerem no atual momento, é um pouco inviável.

 

ELIAS: Eu sou um pobre camponês de uma cidade de 11 mil habitantes. Tem nem rodoviária aqui mais kkk.

 

LÚCIO: Não pergunte pra ele o que é um shopping…

 

ELIAS: Já fui 5 vezes da licença kkk

 

LÚCIO: Isso eu faço em um mês.

 

GABRIEL: Entendo! Kkkkkkkkkkk mas espero que esse encontro uma dia possa acontecer.

 

LÚCIO: Com certeza. Espero que esse dia esteja bem perto.

 

GABRIEL: Bom, agora eu queria saber como vocês chegaram até o GS. Eu soube que o Elias teve uma passagem pelo JP, mas ninguém melhor do que vocês para falar sobre si mesmos.

 

ELIAS: Cara, eu comecei num canal chamado Lucas HD, foi o meu primeiro contato, lá fiz minha primeira novela "Por Te Amar Assim" depois conheci o JP, na época Canal JPMS, onde fiz uma web série, apresentei e criei grande parte das provas do reality "O Popular" e também ajudei criar o "Bastidores", foi uma bonita passagem. Através deles conheci o GS e o Dinho - quem hoje também se tornou um amigo íntimo. No gs estreei com um web filme sobre o caso real de Amanda, uma bebê com uma doença raríssima e após isso segui com Voando Alto, filmes, séries, novelas até a última Além das Estrelas. Ah atuei como design do GS também, muitas aberturas e logos por aí tem dedo meu kkkk

 

LÚCIO: Eu acompanhava o GS desde 2017 com as listas de novelas. Então sempre estava atento quando saía alguma novidade e etc. Porém, em um belo dia de 2019 quando eu estava navegando pelo Youtube, quando apareceu pra mim uma postagem de Na Força da Justiça — se eu não me engano o 4° capítulo —, aí fiquei curioso e comecei a ler e aquilo me encantou de uma maneira visceral. Na hora eu comecei a ler os outros capítulos e acompanhar diariamente as postagens, e então me veio a ideia de também criar a minha própria história, como sempre imaginei, e mostrar para as pessoas. Na época existia o whatsapp do GS para o envio das sinopses e foi a pá de cal. Mandei primeiramente a sinopse de uma web de época, mas para o horário das nove não era muito a vibe da história. Me atendo a esse fator,  resolvi montar outra rapidamente e foi aí que surgiu a tão polêmica Dois Corações. Depois disso não deu outra e foi uma atrás da outra sem trégua, até o ciclo parar em Tropical.

 

ELIAS: Nossa verdade, sou da época do Globo SBT Novelas e das listas também kkkkk só a comunidade que conheci bem depois.

 

GABRIEL: Aproveitando o gancho de você ter falado de Dois Corações, eu queria muito saber qual foi o maior desafio de vocês em escrever suas primeiras web-novelas?

 

LÚCIO: Acho que com certeza o desenvolvimento da história, personagens e a adaptação pro ramo literário. Querendo ou não, quando você inicia em algo é sempre muito complicado e embaraçoso, porque tem toda uma coisa de aprendizado, muitas vezes críticas, que são coisas importantes que você precisa captar pra no futuro aperfeiçoar.

 

ELIAS: Olha na época era tudo muito belo, tudo muito lindo mas hoje vejo que tinham inúmeros erros. Mas sou eternamente grato por ela, me abriu as portas de um mundo maravilhoso.

 

LÚCIO: É, também considero isso. Querendo ou não, e apesar de todos os contras atualmente, foi a grande abertura de portas pra um novo mundo de possibilidades.

 

GABRIEL: Thiago, você citou Tropical como a sua última web-novela. Por que você decidiu parar?

 

LÚCIO: Mesmo sendo algo muito prazeroso e gratificante, web novela também é uma coisa muito cansativa de se fazer. Demanda bastante tempo, psicológico, responsabilidade e também algumas limitações pertencentes ao gênero. Na época eu também comecei o meu primeiro emprego e basicamente não tinha tempo pra bolar algo tão complexo e sob demanda quanto uma web novela. Justamente por ser algo diário e que depende muito da avaliação do público para um bom desenvolvimento da mesma. Fora que eu já tinha um outro projeto em mente — este que perdura até hoje — de me tornar autor profissional de literatura nacional. Agradeço muito ao mundo web por ter me aberto portas para eu realizar um dos meus grandes sonhos, mas hoje vejo que minha jornada nele realmente se encerrou como deveria em Tropical.

 

GABRIEL: Realmente, web-novela é um trabalho muito exaustivo. São dois ou três meses que a gente passa no ar, quase que diariamente, mas o trabalho começa antes disso. Tem a pré-produção e a pós-produção, até porque  para que os acontecimentos desenrolem, precisamos do aval do público. Muitas das coisas que planejamos, às vezes acabam acontecendo de outra forma. Concorda com isso, Elias? Você também pretende se afastar do gênero? Quais são seus planos além daqui?

 

ELIAS: Mano o desgaste é muito real. Além das Estrelas eu fiquei 1 ano, sem exageros, produzindo. E sobre voltar, sinceramente não sei, tenho muito receio. Porque já disse algumas vezes e torno a repetir que o principal motivo para o sucesso de uma história é seu autor acreditar nela, eu de fato acreditei em Além das Estrelas, eu me apaixonei por ela. Thiago sabe que houve um dia em que eu fiquei 3 HORAS de ligação com ele falando a história todo do primeiro ao último capítulo em todos os detalhes, isso 1 ano antes de ir ao ar. Eu acreditei na história, ela fluiu de mim e atualmente já criei 8 premissas e nenhuma ME CONVENCEU ainda de me motivar a conta-la. Todo mundo anseia por histórias originais e surpreendentes, eu também anseio em criar algo assim, mas me pergunto se público e crítica realmente querem isso também. Se o original é tão solicitado, porque o clichê é que faz tanto sucesso? Concluindo essa bíblia que escrevi, eu amo o muito escrever, QUERO muito voltar a escrever mas não sei se ainda me considero capaz. Talvez eu não volte nunca mais ou talvez semana que vem anuncie um projeto novo. Talvez.

 

LÚCIO: Sim, o processo de criação de história de Além das Estrelas daria um documentário próprio kkkkkkk

 

GABRIEL: Eu também estou passando por esse mesmo processo que o seu, Elias. Já desenvolvi várias premissas nesse período em que estou fora do ar, mas nenhuma me convenceu de fato. Atualmente eu trabalho entre duas, mas nem sei realmente por onde seguir. Concordo com isso de que realmente precisamos acreditar muito naquilo que queremos contar. E, realmente, as pessoas cobram muito por movimentos originais nas web-novelas, mas acabam sempre rejeitando. O clichê é, e continua sendo, o que move os gêneros literários.

 

ELIAS: Escrever é mágico. Por mais que a magia esteja se perdendo, "eu ainda acredito em Papai Noel".

 

LÚCIO: Tenho 5 web novelas no currículo, mas justo a que eu mais tenho antipatia e amargor, se tornou a mais popular entre o público. É uma história sem grandes invenções, que não foi muito bem planejada e entrega coisas que jamais faria novamente, mas ainda assim é o clichê que muita gente gosta e se recorda. Por isso a linha entre a inovação e o clichê é muito tênue. Gerando a seguinte conjectura: devo inovar ao ponto de quem me conhece não me reconhecer mais, ou permanecer naquilo que é consenso e ficar estagnado em um único quadrante criativo? Mas, por mais que às vezes trazemos conosco pensamentos e controvérsias, acreditar é o que ainda faz a roda girar.

 

GABRIEL: Eu acho que um dos deveres da arte é incomodar. Como eu faço teatro, a gente preza muito por isso. A arte não ser perfeita, ela pode e deve incomodar, tem que sair da zona de conforto, explorar outras nuances.

 

LÚCIO: Compartilho do mesmo pensamento, Gabriel. Arte precisa agregar algo, representar alguma coisa mesmo que pequena.

 

ELIAS: Você faz teatro? Gabriel Montenegro que segredos você esconde?

 

LÚCIO: Elias do céu olha o que tu me manda. Sem condições kkkkkkkkkkkkkkkkkk.

 

ELIAS: Já me adiantei no quadro das perguntas pro apresentador ksksksksksks

 

GABRIEL: Kkkkkkkkkkkkkkkkkkk. Eu faço parte de um grupo de teatro musical, comecei há pouco tempo.

 

ELIAS: Nossa, que incrível. Parabéns, e muito sucesso.

 

LÚCIO: Caramba, que interessante. Tenho certeza que isso deve ter aumentado e muito seu repertório criativo.

 

GABRIEL: Tem me inspirado muito! Me dando mais certezas sobre o que realmente quero para a minha vida.

 

LÚCIO: Isso é bom, demonstra que você está mesmo no caminho certo.

 

ELIAS: Vai inovar, uma novela de Gabriel Ferreira estrelada por Gabriel Ferreira.

 

GABRIEL: KKKKKKKKKKKKKKK tipo o Wolf Maya fazendo as novelas que ele dirigia.

 

LÚCIO: Kkkkkkkkkk nessa vibe.

 

GABRIEL: Bom, falando um pouco agora sobre literatura, já que o Thiago citou que quer se tornar um autor profissional. Aliás, você tem escrito um livro, não é? Se não me engano, citou aqui. A literatura nacional ainda é muito desvalorizada, eu queria muito escrever um livro, mas ao mesmo tempo é amedrontador tentar me inserir nesse mercado. Hoje a gente vive em um país que não lê, e acredito que muito pela falta de incentivo dos governantes. O que acreditam a respeito disso?

 

ELIAS: A única arma que derrota a ignorância política é a inteligência. Pessoas inteligentes são perigosas para ignorantes que governam. Aplaudo o GS, Almanaque, JP, Star, enfim, a todos que tentam popularizar a leitura, cada um dos colegas autores e autoras que se dispõem ao delicioso sacrifício de escrever. Não concordo com todos os meios para atrair visualizações, nem com todas as abordagens e histórias, mas de verdade cada tentativa de tornar a leitura popular em um país tão carente de incentivo literário é válido, necessário e digno de reconhecimento e parabenizações.

 

LÚCIO: Desculpem a sinceridade, mas ser um autor independente no Brasil atualmente, é sentença de fracasso para quase todos ao seu redor. Você vai viver sendo desacreditado diariamente por todos os tipos de pessoas que imaginar, e se não tiver realmente foco junto com convicção, de que é aquele mesmo o seu objetivo, vai acabar desistindo uma hora ou outra. Estou há dois anos e meio elaborando “Cavaleiros de Osíris” um livro que embora eu acredite que agora irá de fato sair do planejamento, ainda está longe de ser finalizado. E no que desrespeito aos nossos governantes, é deprimente para não se dizer outra coisa. Se formos levar em conta as figuras que atualmente ocupam as vastas cadeiras dos poderes nacionais, e também recentemente ocuparam, é de se pensar como ainda somos um país minimamente neutro e estável — embora com MUITAS ressalvas — diante de tantas negativas. Mas mesmo diante de tudo isso, ainda acredito que no futuro isso mude e bons ventos soprem a nosso favor. Só que para isso acontecer, cabe a nós, pessoas da arte, lutar diariamente por essa mudança.

 

GABRIEL: As palavras de vocês são muito necessárias! Eu ainda não perdi as esperanças, ainda tenho fé que um dia a arte, a cultura e a educação serão devidamente valorizadas. E é isso, não podemos desistir, temos que ir à luta e cobrar por mudanças. Se ninguém se movimentar, nada muda. Grandes revoluções geram grandes mudanças.

 

LÚCIO: Com certeza.

 

ELIAS: Já dizia Elis Regina, minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo o que fizemos, ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais. Cada vez mais atual.

 

LÚCIO: E olha que já se passaram décadas. 

 

GABRIEL: Vocês acreditam na literatura como um gênero de função social? Nisso, eu incluo as web-novelas.

 

LÚCIO: Acredito e muito. A literatura molda pensamentos, vivências e mesmo a mais pretensiosa de todas, ainda abarca com vigor algum fator pertinente da realidade. Não atoa que existe o seguinte ditado: a arte imita a vida. E nela, as pessoas podem ser transportadas para outra realidade também, a fim de esquecer os problemas e dificuldades da sua própria vida.

 

ELIAS: A literatura é uma válvula de escape. Atualmente Gabriel, eu trabalho na área da saúde, e a depressão e a ansiedade definitivamente são o mal do século. Mas acredito que assim como alguns leitores, alguns pacientes que acompanho também sofrem dessas doenças e encontram nos livros, revistas, quadrinhos, web produções um momento para se desligar dos problemas e encontrar drama, comédia, alegria, ação, PAZ! Sabe, numa época em que vivemos num mundo doente com uma sociedade frágil, a LITERATURA se tornou uma dos melhores caminhos até a felicidade. Afirmo e defendo que merecemos reconhecimento e valorização.

 

GABRIEL: Concordo com vocês em gênero, número e grau! Suas palavras são muito necessárias. Eu acredito muito na arte como uma forma de entretenimento, distração e também de reflexão. A arte abre também uma porta de esperança, porque eu lembro que o Manoel Carlos disse em uma entrevista que a Camila de Laços de Família ia morrer na trama, mas que ao encontrar com uma mulher ou foi uma criança, se não me engano, que enfrentava a mesma doença na vida real, ele acabou mudando o desfecho da história. Ou seja, a menina via na personagem uma retratação de si mesma e queria poder ter uma esperança de cura.

 

ELIAS: A esperança é necessária. Principalmente nos tempos atuais.

 

LÚCIO: Por incrível que pareça, esse caso também impactou muito a produção de uma web novela minha. Voltas da Vida tinha um personagem que iria sofrer com o mesmo desfecho trágico, mas por conta de um amigo pessoal meu que na época tinha uma mãe passando pelos mesmos apuros, decidi mudar a narrativa e optar por um desfecho mais justo.

 

GABRIEL: E eu acho que é esse o ponto da coisa. A gente já encara uma realidade tão difícil, com tanta violência, doenças, morte... a ficção se torna realmente uma válvula de escape, uma mensageira de esperança de um mundo justo.

 

LÚCIO: De fato.

 

GABRIEL: Algo que me incomodou muito recentemente, foi um caso da telenovela Vai Na Fé, que foi um sucesso de audiência incontestável de 2023. O vilão da novela, que abusou da protagonista, acabou sendo inocentado no julgamento e não foi responsabilizado pelos outros crimes de estupro que cometeu. Eu acho a Rosane Svartman uma escritora genial, mas acredito que ela pecou muito nesse ponto, não sei se vocês acompanharam a trama. A gente vê diariamente nos noticiários as injustiças desse mundo que a gente vive. Mulheres sendo descredibilizadas, invisibilizadas, injustiçadas em tribunais,  enfim. E ver isso se repetir na ficção, é fazer com que parte do público também perca um pouco da esperança. Novela é um gênero consumido, em sua maioria, por mulheres. Eu lembro que a minha mãe ficou muito mal e até mesmo parou de assistir a novela naquele ponto. A novela acertou muito em diversos aspectos, principalmente na representatividade preta, isso não podemos negar, é para se aplaudir. Mas, para mim, uma opinião pessoal, errou e muito nessa abordagem da violência contra a mulher, foi muito mais para chocar do que conscientizar.

 

LÚCIO: Vou ser franco, não acompanhei muito Vai na Fé por questões com a história e também intermédio de tempo, mas acredito que realmente isso foi uma tremenda bola fora. Pelo que me recordo a novela ficou semanas focada nesse julgamento e no final é como se tudo aquilo que foi apresentado, não tivesse servido pra absolutamente nada. Até acredito e sou a favor de obras com “realidade escancarada”, mas nesse caso e em várias semelhantes, não vi muito sentido ou propósito para essa exceção estar ali.

 

ELIAS: O choque é uma maneira de atrair atenção, a vida de uma mulher é difícil, por mais que nos esforcemos nunca saberemos de fato o que elas sentem na pele. Eu trabalho com mulheres incríveis, tive aula com mulheres excepcionais e fui criado pela melhor mulher do mundo pra mim, minha mãe. Eu vejo nelas uma força, uma luz, uma resistência que eu acho que nem que eu me esforce 30 vezes mais chego nesse ponto. Me incomoda muito a injustiça do mundo, por isso apoio e defendo visibilidade, igualdade e respeito acima de tudo. Não fui fã assíduo da novela citada mas acompanhei e também não gostei da abordagem em questão por mais que ocorra todo dia infelizmente, mas eu acredito que pelo menos aqui na literatura, podemos tentar buscar um pouco da paz e respeito que elas incansavelmente, gritam sem ser serem ouvidas, escrevem sem serem lidas e algumas até morrem mesmo tendo ainda toda uma vida pela frente.

 

GABRIEL: É sobre isso!

 

BATE-BOLA

 

GABRIEL: Um sonho…

 

LÚCIO: Me formar na área que pretendo seguir e publicar meu livro.

 

ELIAS: Poder me sentir realmente "realizado".

 

LÚCIO: Ixi, mas aí foram dois, né?

 

ELIAS: Ih Alá, ta roubando.

 

GABRIEL: Um medo…

 

ELIAS: Não ME conhecer de fato, por me olhar com os olhos dos outros.

 

LÚCIO: Perder meus próprios princípios.

 

GABRIEL: Um momento chave em suas vidas…

 

LÚCIO: Foi quando comecei a morar sozinho.

 

ELIAS: Foi a morte de uma pessoa muito especial. Eu amadureci ali.

 

GABRIEL: Uma novela…

 

LÚCIO: Não me taquem pedras... Um Lugar ao Sol.

 

ELIAS: Avenida Brasil.

 

GABRIEL: Uma web-novela…

 

ELIAS: Querer é Poder.

 

LÚCIO: Além das Estrelas. 

 

GABRIEL: Um autor de novelas…

 

ELIAS: Lúcio fake Miranda.

 

LÚCIO: Novelas, criatura kkkk

 

ELIAS: Agora vou sair de desatento e analfabeto no programa. Que vergonha.

 

LÚCIO: Gilberto Braga. 

 

ELIAS: Elizabeth Jhin.

 

GABRIEL: Elias por Elias…

 

ELIAS: Cuidadosamente planejado para a incompreensão.

 

GABRIEL: Thiago por Thiago…

 

LÚCIO: Alguém determinado (até demais), muitas vezes teimoso e ansioso, mas sempre pronto pra ajudar quem necessita.

 

GABRIEL: Thiago por Elias…

 

ELIAS: Necessário, inteligente, psicólogo, cúmplice... Merecedor de uma infinidade de conquistas. Mas nada define melhor do que MEU AMIGO.

 

GABRIEL: Elias por Thiago…

 

LÚCIO: Presente, fiel, sincero, dedicado e muito parceiro. Alguém que está presente na minha vida da maneira certa e com certeza no momento certo. Uma grande pessoa que tenho orgulho de ter como grande amigo.

 

ELIAS: A gente se sente tão valorizado. 🥲😂😂

 

LÚCIO: Kkkkkkkk máquinas de amaciar ego.

 

¿REVERSO?

 

ELIAS: VINGANÇA! Eu vou te devolver, o que quando feita a mim foi a pergunta mais difícil da entrevista e que me deixou sem palavras. Quem realmente é Gabriel por Gabriel?

 

GABRIEL: Nossa, você me pegou nessa! Gabriel por Gabriel... eu diria que é um menino sonhador. Uma criança cheia de sonhos, que está crescendo e tornando-se um adulto com medo de não conseguir realizá-los.

 

LÚCIO: Como foi a sensação de quando você estava escrevendo Doce Sabor e percebeu o apreço do público pela obra?

 

GABRIEL: Foi uma sensação extraordinária. Você estourar assim na primeira obra, sendo completamente desconhecido do público, é surreal. Eu costumo dizer que Doce Sabor foi a novela certa, na hora certa. Textualmente falando, ela é mais fraca em relação as minhas outras novelas, mas ainda sim muito boa e foi a que mais me deu prazer em escrever até hoje.

 

LÚCIO: É gratificante realmente, perceber que uma ideia, um conceito que você criou foi abraçado por tantas pessoas diferentes.

 

GABRIEL: Mais alguma pergunta? 

 

LÚCIO: O seu eu de hoje, se sente realizado? Ou pensa que ainda falta muito para chegar na estabilidade ideal?

 

GABRIEL: Bom, eu, como pobre, fui muito privilegiado na minha vida, sempre estudei nas melhores escolas e tive acesso aos melhores lugares. E eu quero poder manter o padrão de vida que a minha família ralou e MUITO para me dar. Na realidade, eu quero muito mais do que eu tenho hoje. Quero realizar meus sonhos, ser bem-sucedido e poder fazer o que eu quero, essa é a minha ambição.

 

ELIAS: Quero gerar polemica. Kkk Quem o Gabriel de hoje gostaria de não ter conhecido?

 

GABRIEL: Pergunta tensa, hein?! Tem duas pessoas. Dois colegas que trabalharam comigo no Almanaque Novelas. Um eu não irei citar nome, mas foi uma pessoa que me decepcionou, pois na minha frente fingir ser uma coisa, e por trás era outra. Não guardo mágoas, mas graças a Deus que nunca mais tive notícias. Outro, não é segredo pra ninguém, que é o Joás de Mello, que se dizia meu amigo, mas eu sempre soube a verdadeira índole dele. A história, todo mundo já sabe, criou toda uma polêmica envolvendo meu nome e de outras pessoas, por puro ego. Não sinto raiva dele, sinto pena.

 

?OSREVER¿

 

GABRIEL: Bem, vocês querem deixar alguma recado para quem está nos acompanhando?

 

LÚCIO: Pode parecer muito frase de coach kkkkkkkkkkk, mas o meu recado é que, mesmo quando tudo parecer difícil e os ventos estiverem conspirando contra, acreditem no potencial de vocês, na pessoa que são e nos seus valores. Ninguém é mais capaz com você, do que si próprio. No mais, gostaria muito de agradecer a todos que um dia leram e me acompanharam no mundo web, foi sem dúvidas uma experiência que vou levar comigo pro resto da vida e que possibilitou me alçar ao patamar que estou hoje. Vocês são demais! Realmente muito obrigado.

 

ELIAS: Cara esse programa não é conversa boa, é conversa excelente. Momentos para rir, refletir, relembrar... Eu gostaria de dizer aos leitores que se permitam viver momentos assim. Que vocês ainda consigam sentir a magia desse mundo. Permitam-se não se permitir a nada. Obrigado por tudo, por tanto. Estarei sempre aqui. Mesmo que nem sempre no ar.

 

GABRIEL: É isso, meninos! Muito obrigado por terem aceitado o convite, que, aliás, foi de última hora rs. Foi um prazer recebê-los aqui.

 

ELIAS: Cara, eu que agradeço, adorei a experiência e acho que vou dar uma de Lúcio Miranda, e inventar um pseudônimo pra voltar aqui. Kkkk Ah e pessoal valorizem o esforço da produção do programa, foram mais de 3 horas de entrevista hahahah. Sucesso Gabriel, e mais uma vez, muito obrigado. Até mais!!!

 

LÚCIO: O prazer foi nosso, adorei cada minuto disposto aqui.

 

GABRIEL: O Conversa Boa fica por aqui! A gente se encontra quinta-feira, na próxima e última edição da temporada. Até logo!